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  • Foto do escritorFernando Gamito

A orquestra de Modric


Qualquer orquestra necessita de um maestro, é um facto. A do Real Madrid não foge à regra. Uma equipa que no plano ofensivo tem nomes como Cristiano Ronaldo, Gareth Bale, Karim Benzema, Isco ou James Rodríguez necessita de um estratega a meio-campo, que possa trazer a fluidez necessária ao jogo e ajudar Toni Kroos no equilíbrio defensivo. É aí que surge Luka Modric.


É incontestável a importância que tem na manobra, tanto ofensiva como defensiva, do Real Madrid. A cumprir a sua terceira temporada na capital espanhola, proveniente do Tottenham, o médio afirma-se como uma das figuras de destaque do plantel e a sua presença dentro das quatro linhas em muito melhora o futebol praticado pela turma de Carlo Ancelotti.


O croata é, sem dúvida, um jogador único e as suas qualidades em campo, que saltam à vista, são inegáveis. Com uma tremenda capacidade técnica, é, ainda, um trabalhador incansável a toda a largura do terreno, nunca descurando as responsabilidades defensivas que lhe tocam. A principal característica do seu jogo está assente na eficácia que demonstra no capítulo do passe, atributo ao nível de poucos jogadores e tremendamente elogiado pelo técnico italiano Ancelotti. Modric joga e faz a equipa jogar. A dupla formada com o alemão Kroos na linha média funciona como um autêntico “motor” merengue, que coopera com o poderio ofensivo dos atacantes, o que resulta numa fantástica capacidade concretizadora destes.


Em meados de novembro, o plantel madridista recebeu uma nefasta notícia. O croata lesionou-se no tendão, tendo que parar por mais de quatro meses, o que desfalcou o Real Madrid, pois embora o conjunto tenha até logrado vencer a maioria dos compromissos agendados, foi bastante notória a falta que um jogador deste género faz. Continuavam os contra-ataques venenosos conduzidos por Ronaldo, Bale e James, que terminavam com a bola no fundo das redes. Durava, também, a posse de bola da equipa, primordialmente através dos pés de Isco, que tem vindo a assumir-se como o criador de jogo dos atuais campeões europeus. Porém, faltava algo. A ligação entre o meio-campo defensivo e o ataque não estava a surtir efeito da melhor forma e nas partidas capitais os madrilenos vacilaram, tanto que perderam a liderança da liga espanhola para o rival FC Barcelona e encontram-se, de momento, a quatro pontos dos blaugrana.


Assim sendo, foi com bons olhos que Ancelotti viu o médio regressar aos relvados a meio de março, frente ao Levante. E a equipa também. A produção dos jogadores mais ofensivos subiu relativamente, orquestrados pelo regresso do croata que impulsiona o jogo merengue a todo o terreno, fazendo uso do espaço do campo inteiro para circular a bola e, assim, chegar com critério, categoria e perigo à área adversária.


Modric é daqueles jogadores que todos apreciam ver jogar . Já não se consegue imaginar o Real Madrid sem o médio croata, que nos três anos que leva na capital espanhola tem conquistado os adeptos da equipa madrilena, por sinal dos mais rígidos do continente

europeu, e deslumbrado o Bernabéu com o perfume do seu futebol. Um autêntico maestro da orquestra merengue.


*Texto originalmente publicado em Bola na Rede a 8 de abril de 2015.

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