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  • Foto do escritorFernando Gamito

Dybala, o herdeiro de Tévez


Após um início de temporada bastante conturbado, a Juventus FC está de regresso à senda das vitórias e conseguiu recolocar-se na corrida ao tão apetecido quinto scudetto consecutivo. A Vecchia Signora encurtou uma larga distância pontual, que foi consequência de exibições e resultados inconsistentes nos primeiros meses da época, e está apenas a seis pontos do atual líder da Serie A, o FC Inter. Entre nomes preponderantes como Paul Pogba, Mario Mandzukic, Álvaro Morata, Gianluigi Buffon, há um que deve ser apontado como crucial para este renascer das cinzas bianconnero: Paulo Dybala.


O jovem prodígio argentino, de 22 anos, chegou a Turim este verão depois de ter realizado uma época 2014/15 de afirmação no futebol italiano ao serviço do Palermo (clube no qual esteve três anos). Com um saldo de 13 golos e 10 assistências, chamou a atenção de toda a elite do futebol europeu e levou a Juventus a desembolsar a quantia de 32 milhões de euros para contratar la Joya.


No entanto, a adaptação de Dybala ao tetracampeão italiano não foi, de início, tarefa fácil. Vestir a camisola de um histórico do futebol como a Juventus acarreta uma maior responsabilidade do aquilo a que estava habituado e, embora tenha marcado três golos nos seus quatro primeiros jogos, o argentino não conseguia manter consistência a nível exibicional, não demonstrava total adaptação às ideias da equipa e consequentemente nem sempre constava no onze inicial delineado por Massimiliano Allegri.


Todavia, também é verdade que no começo da época, poucos eram os jogadores da Juve que mostravam estar em forma, e a equipa ressentia-se disso nos resultados (chegou a estar bastante distante dos lugares cimeiros da tabela classificativa). O conjunto transalpino evidenciava, nomeadamente, problemas no que concerne à manobra ofensiva, e a principal causa disso estava na ausência de Carlos Tévez (regressou ao CA Boca Juniors no verão) e de toda a qualidade que o endiabrado Apache trazia ao futebol da equipa.


A solução para este problema estava, porém, dentro do plantel de Allegri, mais precisamente no jogador que protagonizou a maior transferência a nível interno em Itália nesta época. O esquerdino Paulo Dybala, que é dotado de um enorme talento com a bola nos pés, tem um estilo de jogo muito similar ao de Tévez, seja na qualidade técnica, na velocidade ou na movimentação em manobra atacante. Embora possa atuar como a referência ofensiva, a posição ideal para la Joya é jogar como avançado recuado ou segundo avançado, pois é para a qual as suas capacidades mais se adequam. É a jogar aí que Dybala tem vindo a assumir papel de destaque e tem mostrado o seu melhor futebol e criatividade, quer através de golos quer de assistências para Mandzukic ou Morata (um dos dois costuma atuar como referência no ataque).


A evolução de Dybala no curto espaço de tempo desde que está em Turim valeu-lhe um lugar no onze titular da Vecchia Signora e tem sido, a par de Paul Pogba, o principal trunfo da Juventus, com várias exibições e golos de belo efeito decisivos para a recuperação que a equipa está a conseguir realizar (seis vitórias consecutivas na Serie A) e que permitem aos

adeptos voltar a sonhar com o penta-campeonato. Em 23 partidas esta época, o herdeiro de Carlos Tévez na Juventus soma 10 golos e cinco assistências, dados que despertam já a atenção de colossos como FC Barcelona e Real Madrid CF.


*Texto originalmente publicado em Bola na Rede a 19 de dezembro de 2015.

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